quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Hospital sem neuropediatra a partir de segunda-feira

A Unidade de Neuropediatria do Hospital Central do Funchal arrisca-se a perder o seu responsável e único especialista.

Segundo o que o DIÁRIO conseguiu apurar, o neuropediatra Rui Vasconcelos inicia, no próximo dia 2 de Fevereiro, segunda-feira, um prolongado período de férias que poderá culminar, no final do próximo Verão, com um pedido de reforma antecipada.

Na génese da decisão do especialista estará o facto de ter sido inicialmente informado de alterações no regime de prevenção ao Serviço de Urgência de algumas áreas por terceiros e não pela Direcção Clínica ou pela Administração. As alterações no regime de prevenção afectam também a Cardiologia Pediátrica, a outra área que tem apenas um especialista a trabalhar na Região (Rufino Nascimento). Segundo o que foi possível saber, nenhum destes especialistas terá sido ouvido antes ou durante a tomada de decisão de alterar ou suspender a 'prevenção' nas Urgências.

O director clínico do Serviço de Saúde, Miguel Ferreira, confirma que foram introduzidas algumas alterações nas 'prevenções'. "Há algumas prevenções que nós, quer a Direcção Clínica quer a Administração, consideramos não ser necessárias neste momento e por isso foram suspensas".

Além da Neuropediatria e da Cardiologia Pediátrica foi também retirada a prevenção de um segundo especialista em mais algumas áreas e aquando da presença física de um outro especialista na Urgência.

Mas os maiores problemas colocam-se na Neuropediatria e na Cardiologia Pediátrica, áreas que apenas têm um único especialista a trabalhar na Região.

Miguel Ferreira recorda que é preciso tempo para formar novos especialistas e, por isso, se Rui Vasconcelos optar pela reforma antecipada o Serviço de Saúde terá de recorrer a serviços externos. "Fazer um acordo com algum hospital que tenha neuropediatras disponíveis para virem à Região garantir a continuidade da consulta da especialidade".

Mas antes disso, garante o director clínico, o objectivo é tentar dialogar com o especialista e chegar a algum acordo por forma a que o SESARAM não perca o único especialista em Neuropediatria, uma área que totaliza mais de mil consultas anuais. "Já hoje [ontem] tentei falar com ele, mas não consegui", acrescentou.

Miguel Ferreira admite ainda que quer a Neuropediatria, quer a Cardiologia Pediátrica, deverão ser especialidades em que, para o próximo concurso de internato médico complementar (formação com início em 2010), o SESARAM abrirá vagas.

Contactado pelo DIÁRIO, Rui Vasconcelos, também presidente da Associação Portuguesa de Paralisia Cerebral da Madeira, não quis prestar qualquer declaração sobre o assunto.

especialidade ampla

"A Neuropediatria (também denominada Neurologia Pediátrica ou Neurologia Infantil) constitui uma especialidade ou sub-especialidade médica dedicada às doenças ou disfunções do sistema nervoso e do sistema muscular que se manifestam na criança ou na adolescência", explica o site oficial da Sociedade Portuguesa de Neuropediatria.

No mesmo site é possível ler também que "o Neuropediatra, como sucede noutras especialidades médicas, tem como função essencial o diagnóstico, prognóstico, orientação terapêutica e aconselhamento dos problemas neurológicos que afectam a criança ou o adolescente mas a sua actividade clínica exige frequentemente um contacto estreito com outros especialistas não só da pediatria ou da neurologia mas ainda da genética, bioquímica, neuroradiologia, neurofisiologia, neuropatologia, neurocirurgia, psiquiatria infantil e reabilitação".

No Hospital Central do Funchal, a especialidade totaliza mais de mil consultas anuais para receber crianças, adolescentes e jovens adultos que sofrem de patologias como epilepsia, autismo, défice de atenção, hiperactividade, paralisia cerebral, doenças neuromusculares ou convulsões.

Ana Luísa Correia


Só tenho a lamentar que entre decisões e indecisões uma vez mais quem sofre é quem realmente precisa, não tirando a razão ao Dr. Rui Vasconcelos, muito menos so Dr. Miguel Ferreira, apenas peço que pensem um pouco em que realmente é a verdadeira vitima, as crianças.

1 comentário:

  1. Não vale a pena lamentar estas decisões ja que quem padeçe e a classe média é principalmente as crianças que são o futuro do país...
    Que dizer sô se poderaôn tratar as pessoas de classe alta com consultorios privados e o Pobre que se (LIXE).
    Não concordo com a saida do Dr.Rui Vasconcelos,alêm de ser um excelente especialista e um optimo ser humano e sempre se preocupo com os seus utenyes neste caso(As crianças)...Espero q isto se resolva de outra maneira.

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